Revista Encontrar Sonhos II
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Artigo

HIPERACTIVIDADE

 

A hiperactividade provoca imensas dificuldades de aprendizagem ao aluno - actualmente também se denomina de: transtorno deficitário da atenção (DDA) ou desordem por défice de atenção com hiperactividade (DDAH).

Sinais de alerta:

Quando brincam, não se conseguem concentrar - desinteressam-se rapidamente e procuram outra ocupação; necessitam de vigilância constante; trocam de brinquedos com frequência; têm espírito de destruição, mesmo com seus próprios objectos; não se conseguem sentar à mesa para uma refeição; conseguem ver televisão por muito pouco tempo; falam bastante e mudam de assunto rapidamente; qualquer estímulo pode desviar a sua atenção; não finalizam uma tarefa de maneira adequada; são desorganizados com suas roupas e objectos.

Estratégias de intervenção em sala de aula

Aceite o aluno como ele é e mostre disponibilidade para o ouvir e auxiliar;

Quando se dirigir ao aluno utilize uma  linguagem clara e mantenha contacto visual - procure sempre saber se está ser compreendido;

Modifique e adapte as estratégias de intervenção - adaptando-se ao aluno, nomeadamente, dificuldades e necessidades;

Ofereça mais tempo ao aluno para terminar as tarefas;

Realize uma avaliação baseada nas aprendizagens do aluno;

Procure ajustar o ritmo da aula à capacidade de compreensão do aluno;

Demonstre rigor no cumprimento das  regras;

Seja calmo e optimista;

Verifique sempre se o aluno entendeu as instruções/explicações - pedindo-lhe que repita o que acabou de escutar;

Faça com que o aluno fale acerca da tarefa que está a fazer - para aumentar o seu período de atenção;

Ensine-o a adquirir hábitos e métodos de estudo, como: sublinhar conceitos importantes;

Ao longo da aula, reforce a importância de alguns conceitos, dizendo: “atenção”, ou “isto é importante” e modifique o tom de voz (para dar mais ênfase ao assunto);

Enquanto expõe a matéria, movimente-se e desloque-se pela sala;

Sempre que possível, sente o aluno na primeira fila, longe de janelas e outras fontes de distracção;

Construa listas de actividades e destaque todas as que exijam maior atenção, informando previamente o aluno de quando terá de as realizar;

Realize as actividades que exigem mais concentração no período da manhã;

Aproveite os momentos do dia em que a medicação produz maior efeito para apresentar tarefas mais exigentes;

Apresente actividades variadas que visem o desenvolvimento da atenção e da concentração, tais como: labirintos, puzzles, exercícios de discriminação visual, completar frases e lacunas, ordenar séries, procurar palavras, etc...;

Deixe que o aluno saia da sala por momentos - dando-lhe oportunidade de se movimentar um pouco antes de incomodar os restantes alunos;

Aplique reforços positivos/negativos de forma imediata - conforme a situação e valorize o esforço do aluno;

Ensine-o a perceber quais os conceitos que são importantes e os que não necessitam de ficar retidos na memória;

Comunique no início da cada aula o que vai fazer;

Utilize o relógio na secretária do aluno, para que este aprenda a controlar o tempo que demora a realizar as tarefas;

Divida as actividades em etapas e sugira que o aluno faça uma de cada vez - de forma gradual;

Ensine-o a cuidar, preservar e organizar o seu material escolar;

Auxilie a resolução dos problemas matemáticos por etapas sucessivas;

Utilize o computador para o treino da expressão escrita;

Peça ao aluno, numa fase inicial, para ler pequenos textos e aumente o tamanho e grau de dificuldade de uma forma progressiva;

Crie situações para o treino da velocidade da leitura;

Evite os testes de escolha múltipla - os alunos têm tendência para a confusão, ou podem ficar frustrados e assinalar os itens sem os ler;

Faça interrupções e intervalos durante a exposição de matérias demasiado longas;

Sempre que o aluno perturbar o funcionamento da aula - introduza na aula um momento de silêncio absoluto e convide os colegas a prestar atenção ao ruído que ele está a provocar;

Discipline o tempo de resposta do aluno - peça-lhe que espere 15 segundos até dar a resposta - para que aprenda a pensar antes de responder;

Cultive a proximidade do aluno com um colega com o qual estabeleceu uma boa  relação e que represente um bom modelo;

Nos TPC, enfatize os conteúdos apresentados em cada aula - que permitam a revisão da matéria dada;

Procure envolver a turma numa dinâmica de grupo - para que todos se empenhem em melhorar o ambiente da sala de aula.

As causas da hiperactividade podem ser de origem orgânica, neurológica, psíquica e psicológica, o factor hereditário também pode contribuir - o diagnóstico não deve ser feito por um único médico, mas sim por uma equipa  multidisciplinar.

A hiperactividade não tem cura, porém, pode ser controlada com psicoterapia, actividade física e, nos casos mais graves com medicação.

António Pedro Santos


Sugestão de Visita

MUSEU VIRTUAL DA DEFICIÊNCIA

 

http://mvdeficiencia.comunidades.net/

 

O Museu Virtual da Deficiência é um sítio sem fins lucrativos, que se encontra ao serviço de toda a sociedade - para educar e informar.

Através da partilha de informação - disponível ao público - tem como principais objectivos: sensibilizar, investigar e difundir temáticas e assuntos relacionados com a deficiência.


Vídeo

História PHDA

O primeiro estudo clínico de que se tem registo, avaliando a eficácia de um estimulante para o tratamento da síndrome de hiperactividade, data do ano de 1937. Charles Bradley dirigiu, então um estudo em que se administrava anfetamina (benzedrina) a um grupo de crianças hiperactivas.
As conclusões da experiência foram entusiasmantes: observaram-se progressos significativos.
Anos mais tarde, em 1944, sintetizou-se pela primeira vez o metilfenidato. Durante a Segunda Guerra Mundial experimentaram-se inúmeros variantes químicos da anfetamina, em busca de moléculas análogas, mas com efeitos colaterais menos severos.
Em 1954, o novo composto foi patenteado. A acção do metilfenidato sobre o organismo humano revelou, comparado às classes farmacêuticas conhecidas até o momento, surtir menos efeitos colaterais neurovegetativos (sobretudo, vasoconstritores e broncodilatadores). Reacções adversas como a redução do apetite e a insónia mostraram-se menos frequentes e melhor toleradas.

Indicações originais

A companhia farmacêutica Ciba (precursora da Novartis lançou o produto no mercado em 1955, com o nome de Ritalina.
Foi utilizado em uma série de indicações. Não tardaram a chegar as primeiras informações sobre sua função nos tratamentos de narcolepsia.
O Physician's Desk Referente de 1957 afirmava que estava indicado em casos de fadiga crónica e estados de letargia e depressivos, incluindo aqueles associados com agentes tranquilizantes e outras drogas, conduta senil perturbada, psiconeuroses e psicoses associadas com depressão.
No começo dos anos 1960, popularizou-se no tratamento de crianças com PHDA. Neste tempo a Ritalina ganhava grande atenção devido a reportagens sobre o uso corrente entre celebridades do mundo político e da ciência, como o astronauta Buzz Aldrin, e o matemático Paul Erdős

O que é?

Informação detalhada sobre a Perturbação da Hiperactividade / Défice de Atenção (PHDA).

Como diagnosticar?

Se tem dúvidas sobre se um filho ou parente seu sofre de hiperactividade ou não, aqui poderá encontrar algumas pistas para um diagnóstico caseiro inicial.

Existe tratamento?

A pergunta mais frequente depois de um diagnóstico positivo remete para a possibilidade de tratamento. Saiba o que se pode fazer e como fazer.

Onde me dirigir?

Saiba onde ir para realizar um diagnóstico mais elaborado, procurar acompanhamento ou esclarecer dúvidas.

Esta é a lista de documentos disponíveis para download:

Lembramos que o formato dos ficheiros necessita que o software Adobe Acrobat Reader (gratuito) esteja instalado no seu computador. Caso não tenha este software instalado, poderá fazer download clicando aqui

in http://www.apdch.net/hiperactividade.html


Coordenação: António Pedro Santos

Março de 2014, Revista Encontrar Sonhos II