Artigo
HIPERACTIVIDADE
A hiperactividade provoca imensas dificuldades de aprendizagem ao aluno - actualmente também se denomina de: transtorno deficitário da atenção (DDA) ou desordem por défice de atenção com hiperactividade (DDAH).
Sinais de alerta:
Quando brincam, não se conseguem concentrar - desinteressam-se rapidamente e procuram outra ocupação; necessitam de vigilância constante; trocam de brinquedos com frequência; têm espírito de destruição, mesmo com seus próprios objectos; não se conseguem sentar à mesa para uma refeição; conseguem ver televisão por muito pouco tempo; falam bastante e mudam de assunto rapidamente; qualquer estímulo pode desviar a sua atenção; não finalizam uma tarefa de maneira adequada; são desorganizados com suas roupas e objectos.
Estratégias de intervenção em sala de aula
Aceite o aluno como ele é e mostre disponibilidade para o ouvir e auxiliar;
Quando se dirigir ao aluno utilize uma linguagem clara e mantenha contacto visual - procure sempre saber se está ser compreendido;
Modifique e adapte as estratégias de intervenção - adaptando-se ao aluno, nomeadamente, dificuldades e necessidades;
Ofereça mais tempo ao aluno para terminar as tarefas;
Realize uma avaliação baseada nas aprendizagens do aluno;
Procure ajustar o ritmo da aula à capacidade de compreensão do aluno;
Demonstre rigor no cumprimento das regras;
Seja calmo e optimista;
Verifique sempre se o aluno entendeu as instruções/explicações - pedindo-lhe que repita o que acabou de escutar;
Faça com que o aluno fale acerca da tarefa que está a fazer - para aumentar o seu período de atenção;
Ensine-o a adquirir hábitos e métodos de estudo, como: sublinhar conceitos importantes;
Ao longo da aula, reforce a importância de alguns conceitos, dizendo: “atenção”, ou “isto é importante” e modifique o tom de voz (para dar mais ênfase ao assunto);
Enquanto expõe a matéria, movimente-se e desloque-se pela sala;
Sempre que possível, sente o aluno na primeira fila, longe de janelas e outras fontes de distracção;
Construa listas de actividades e destaque todas as que exijam maior atenção, informando previamente o aluno de quando terá de as realizar;
Realize as actividades que exigem mais concentração no período da manhã;
Aproveite os momentos do dia em que a medicação produz maior efeito para apresentar tarefas mais exigentes;
Apresente actividades variadas que visem o desenvolvimento da atenção e da concentração, tais como: labirintos, puzzles, exercícios de discriminação visual, completar frases e lacunas, ordenar séries, procurar palavras, etc...;
Deixe que o aluno saia da sala por momentos - dando-lhe oportunidade de se movimentar um pouco antes de incomodar os restantes alunos;
Aplique reforços positivos/negativos de forma imediata - conforme a situação e valorize o esforço do aluno;
Ensine-o a perceber quais os conceitos que são importantes e os que não necessitam de ficar retidos na memória;
Comunique no início da cada aula o que vai fazer;
Utilize o relógio na secretária do aluno, para que este aprenda a controlar o tempo que demora a realizar as tarefas;
Divida as actividades em etapas e sugira que o aluno faça uma de cada vez - de forma gradual;
Ensine-o a cuidar, preservar e organizar o seu material escolar;
Auxilie a resolução dos problemas matemáticos por etapas sucessivas;
Utilize o computador para o treino da expressão escrita;
Peça ao aluno, numa fase inicial, para ler pequenos textos e aumente o tamanho e grau de dificuldade de uma forma progressiva;
Crie situações para o treino da velocidade da leitura;
Evite os testes de escolha múltipla - os alunos têm tendência para a confusão, ou podem ficar frustrados e assinalar os itens sem os ler;
Faça interrupções e intervalos durante a exposição de matérias demasiado longas;
Sempre que o aluno perturbar o funcionamento da aula - introduza na aula um momento de silêncio absoluto e convide os colegas a prestar atenção ao ruído que ele está a provocar;
Discipline o tempo de resposta do aluno - peça-lhe que espere 15 segundos até dar a resposta - para que aprenda a pensar antes de responder;
Cultive a proximidade do aluno com um colega com o qual estabeleceu uma boa relação e que represente um bom modelo;
Nos TPC, enfatize os conteúdos apresentados em cada aula - que permitam a revisão da matéria dada;
Procure envolver a turma numa dinâmica de grupo - para que todos se empenhem em melhorar o ambiente da sala de aula.
As causas da hiperactividade podem ser de origem orgânica, neurológica, psíquica e psicológica, o factor hereditário também pode contribuir - o diagnóstico não deve ser feito por um único médico, mas sim por uma equipa multidisciplinar.
A hiperactividade não tem cura, porém, pode ser controlada com psicoterapia, actividade física e, nos casos mais graves com medicação.
António Pedro Santos
Sugestão de Visita
MUSEU VIRTUAL DA DEFICIÊNCIA
https://mvdeficiencia.comunidades.net/
O Museu Virtual da Deficiência é um sítio sem fins lucrativos, que se encontra ao serviço de toda a sociedade - para educar e informar.
Através da partilha de informação - disponível ao público - tem como principais objectivos: sensibilizar, investigar e difundir temáticas e assuntos relacionados com a deficiência.
Vídeo
História PHDA
O primeiro estudo clínico de que se tem registo, avaliando a eficácia de um estimulante para o tratamento da síndrome de hiperactividade, data do ano de 1937. Charles Bradley dirigiu, então um estudo em que se administrava anfetamina (benzedrina) a um grupo de crianças hiperactivas.
As conclusões da experiência foram entusiasmantes: observaram-se progressos significativos.
Anos mais tarde, em 1944, sintetizou-se pela primeira vez o metilfenidato. Durante a Segunda Guerra Mundial experimentaram-se inúmeros variantes químicos da anfetamina, em busca de moléculas análogas, mas com efeitos colaterais menos severos.
Em 1954, o novo composto foi patenteado. A acção do metilfenidato sobre o organismo humano revelou, comparado às classes farmacêuticas conhecidas até o momento, surtir menos efeitos colaterais neurovegetativos (sobretudo, vasoconstritores e broncodilatadores). Reacções adversas como a redução do apetite e a insónia mostraram-se menos frequentes e melhor toleradas.
Indicações originais
A companhia farmacêutica Ciba (precursora da Novartis lançou o produto no mercado em 1955, com o nome de Ritalina.
Foi utilizado em uma série de indicações. Não tardaram a chegar as primeiras informações sobre sua função nos tratamentos de narcolepsia.
O Physician's Desk Referente de 1957 afirmava que estava indicado em casos de fadiga crónica e estados de letargia e depressivos, incluindo aqueles associados com agentes tranquilizantes e outras drogas, conduta senil perturbada, psiconeuroses e psicoses associadas com depressão.
No começo dos anos 1960, popularizou-se no tratamento de crianças com PHDA. Neste tempo a Ritalina ganhava grande atenção devido a reportagens sobre o uso corrente entre celebridades do mundo político e da ciência, como o astronauta Buzz Aldrin, e o matemático Paul Erdős
O que é?
Informação detalhada sobre a Perturbação da Hiperactividade / Défice de Atenção (PHDA).
Como diagnosticar?
Existe tratamento?
Onde me dirigir?
Esta é a lista de documentos disponíveis para download:
in https://www.apdch.net/hiperactividade.html
Coordenação: António Pedro Santos
Março de 2014, Revista Encontrar Sonhos II