Revista Encontrar Sonhos X
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Artigo

Paralisia Cerebral

 “ Privação ou diminuição da sensibilidade e movimento”

Definição:

A Paralisia Cerebral é uma doença do foro neurológico que afecta as funções básicas do ser humano (fala, postura, movimento).

Existem vários tipos de Paralisia Cere-bral: espástica (em que o movimento é difícil); atetósica (o movimento é descontrolado e involuntário); atáxica (o equilíbrio e a sensibilidade profunda são anormais); mista (uma combinação de vários tipos).  

Causas/Sintomas e Sinais:

A Paralisia Cerebral é provocada por uma lesão no cérebro e no sistema nervoso ocorrida antes do nascimento; durante o parto ou depois do nascimento (pouco depois do nascimento). Os sintomas variam consoante a área de extensão da lesão, podendo incluir: tiques; perturbação da marcha; espasmos; convulsões e fraco tónus muscular. Para além da motricidade, a Paralisia Cerebral também pode afectar a visão, a audição, a inteligência e a fala.

Diagnóstico:

A necessidade de um diagnóstico precoce prende-se com o facto de dar início à terapia o mais cedo possível. A Paralisia Cerebral pode manifestar-se logo à nascença ou mais tarde. Em caso de suspeita deve-se consultar um neurologista pediátrico a fim de determinar a extensão e localização da lesão cerebral, de forma a colocar de parte outras doenças.

Exames a efectuar:

Análises de sangue e urina (para eliminar a hipótese de outras doenças que produzam sintomas semelhantes): electroencefalograma (para medir a actividade eléctrica do cérebro); electromiograma (para medir a actividade eléctrica dos músculos); um TAC. (Para detectar alterações cerebrais.

Tratamento médico:

O tratamento deve envolver uma equipa de profissionais ao nível da saúde: Fisioterapeutas; Terapeutas da Fala e Terapeutas Ocupacionais; um Psicólogo; um Ortopedista e um Neurologista. A Paralisia Cerebral não tem cura, o objectivo do tratamento médico é ajudar a criança a conseguir uma maior independência possível.

Alguns exemplos: as convulsões podem ser controladas por medicamentos; o tratamento ortopédico pode incluir talas, canadianas e aparelhos diversos que possam evitar contracturas e outras deformações dos braços e pernas; a cirurgia ortopédica pode ser também uma opção cortando músculos e tendões contraídos (permitindo a sua distensão) ou unindo determinados ossos (de modo a estabilizar as articulações).Este tipo de cirurgias pode permitir à criança um melhor equilíbrio e andar.

Ensino-Aprendizagem:

O Processo Ensino-Aprendizagem deve ser organizado e estruturado de forma a privilegiar o desenvolvimento geral da criança ou jovem com Paralisia Cerebral.

Deve existir uma equipa de profissionais que trabalhem no sentido de suprimir as dificuldades da criança ou jovem. 

A criança/jovem com paralisia cerebral deve beneficiar de áreas que possibilitem e auxiliem o seu desenvolvimento, tais como: 

Terapia da Fala – Para elevar a capacidade de expressão oral e de comunicação.

Terapia Ocupacional – De forma a desenvolver aptidões úteis que lhes permitam desempenhar tarefas de rotina. 

Psicomotricidade – Para melhorar a adaptação ao mundo exterior, através do domínio do equilíbrio; controle da inibição voluntária e da responsabilidade; consciência do corpo; eficácia das diversas coordenações globais e segmentárias; organização do esquema corporal; orientação espacial; etc. 

Apoio Psicológico – Para acompanhar a criança/jovem durante o Processo Ensino-Aprendizagem ao nível psicológico. 

Fisioterapia – Através da utilização do exercício e técnicas de relaxamento; para ensinar a caminhar com o auxílio de canadianas muletas e outros aparelhos (como cadeira de rodas); para auxiliar a rotina diária da criança ou jovem. 

Áreas de Expressão – A Dança e Música podem auxiliar as crianças ou jovens a elevarem a sua coordenação, desenvolverem o tónus e força muscular, autoconfiança, etc. As actividades de Expressão Plástica, como a Pintura podem ajudar no desenvolvimento da motricidade, comunicação, etc. 

Actividades Aquáticas – O contacto com a água ou realização de exercícios dentro de água auxiliam um melhor funcionamento do sistema circulatório, respiratório, fortalecimento dos músculos, aumento do equilíbrio, relaxamento muscular, diminuição de espasmos, aumento da amplitude de movimentos, etc.

Massagens – Aliviam espasmos e reduzem contracções musculares. 

Informática – A utilização do computador pode ajudar ao nível da comunicação, assim como ao nível da motricidade fina. 

Actividades da Vida Diária – Para trabalhar a higiene, segurança, entre outros.

A criança ou jovem com Paralisia Cerebral pode estar integrada no Ensino Regular ou Especial. Contudo, a criança/jovem deve beneficiar numa primeira instância de uma Estimulação Global e só posteriormente de uma Iniciação Académica. 

O trabalho realizado pelos técnicos (Professor, Educadora, Psicóloga, Terapeutas, etc.), assim como a inter-acção de todas as áreas acima mencionadas deverão procurar elevar o nível Cognitivo; Autonomia Pessoal e Social; Comunicação; Psicomotor; Sócio-Afectivo; assim como desenvolver a área Sensorial-Perceptiva.

 

Encarregados de Educação:

Os Encarregados de Educação podem proporcionar um ambiente que estimule a aprendizagem e a exploração. Ajudando no exercício físico regular; no desenvolvimento de hábitos de higiene; utilização de materiais e utensílios que auxiliem a criança/jovem com Paralisia Cerebral (tais como: talheres especiais, auxiliares para vestuário, escovas de dentes próprias, entre outros).

A Paralisia Cerebral é uma doença que dura toda a vida e geralmente requer uma adaptação e uma formação no sentido de atingir a auto-suficiência. É necessário que exista um trabalho conjunto entre Técnicos e Encarregados de Educação, proporcionando uma diversidade de áreas, no sentido de desenvolver e elevar as capacidades gerais da criança/jovem com Paralisia Cerebral, assim como a sua qualidade de vida.

António Pedro Santos


Sugestão de Visita
https://www.apc-coimbra.org.pt/?page_id=65

Missão/Política da Qualidade

Visão
Ser uma organização de referência, a nível nacional e internacional, na habilitação e integração plena da pessoa com deficiência e incapacidades e outras em situação de desvantagem.
Missão
Promover a inclusão social de pessoas em situação de desvantagem, com especial incidência nos que têm deficiência e/ou incapacidade.
Valores
1- Ética, integridade e respeito na relação com os clientes.2- Inovação e serviço focalizado no cliente.3- Solidariedade e espírito de entrega ao outro.4- Espírito de equipa (trabalho em equipe transdisciplinar).5- Criatividade e adaptação à mudança.6- Lealdade no relacionamento interpessoal.7- Procura permanente de melhoria contínua da qualidade dos serviços prestados.
Política de Qualidade
1- Compromisso com a melhoria contínua da eficácia do Sistema de Gestão de Qualidade.2- Motivar e incentivar clientes para serem parceiros activos na defesa dos seus direitos.3- Desenvolver acções tendo em conta as necessidades do cliente e da comunidade envolvente.4- Procura contínua de satisfação do cliente e de outras partes interessadas.5- Investir de forma contínua no desenvolvimento de competências dos colaboradores e na melhoria dos níveis de motivação e satisfação.6- Alargar a oferta de serviços, abrangendo novas áreas e grupos de clientes.7- Divulgação pública das actividades.8- Cumprimento dos requisitos legais e regulamentares.

Vídeo

Crianças com Paralisia Cerebral

O que é a Paralisia Cerebral?
A criança com Paralisia Cerebral tem uma perturbação do controlo da postura e movimento, em consequência de uma lesão ou anomalia cerebral que afecta o cérebro em período de desenvolvimento.Algumas crianças têm perturbações ligeiras, quase imperceptiveis, que as tornam desajeitadas a andar, falar ou usar as mãos.Outras são gravemente afectadas com incapacidade motora grave, impossibilidade de andar e falar, sendo dependentes nas actividades de vida diária. Entre estes dois extremos existem os casos mais variados.
De acordo com a localização das lesões e áreas do cérebro afectadas, as manifestações podem ser diferentes.Os tipos mais comuns são: Espástico – Caracterizado por paralisia e aumento de tonicidade dos músculos resultante de lesões no córtex ou nas vias daí provenientes. Pode haver um lado do corpo afectado (hemiparésia), os quatro membros afectados (tetraparésia) ou os membros inferiores (diplegia). Disquinésia – (Atetose/Coreoatetose ou Distonia) – Caracterizada por movimentos involuntários e variações na tonacidade muscular resultantes de lesões dos núcleos situados no interior dos hemisférios cerebrais (Sistema Extra-Piramidal). Ataxia- Caracterizada por diminuição da tonicidade muscular, incoordenação dos movimentos e equilíbrio deficiente, devidos a lesão ou anomalia no cerebelo ou das vias cerebelosas. A criança com Paralisia Cerebral pode ter inteligência normal ou até acima do normal, mas também pode ter atraso intelectual, não só devido às lesões cerebrais, mas também pela falta de experiência resultante das suas deficiências. Os esgares da face e deficiência na fala, devidos ao descontrolo dos movimentos, podem fazer aparentar um atraso mental que na realidade não existe.Além da perturbação motora há também, muitas vezes, défices sensoriais, deficiência visuais e auditivos, dificuldades percetivas, deficiência na fala e epilepsia, o que torna o quadro mais complexo. 
Quais as causas da Paralisia Cerebral?
Como o seu filho, outras crianças podem nascer com Paralisia Cerebral. Em cada 1000 bebés que nascem, 2 podem ser afectados por Paralisia Cerebral.A Paralisia Cerebral não é, geralmente, devida a qualquer deficiência nos pais ou doença hereditária. Pode ser causada por hemorragias, deficiência na circulação cerebral ou falta de oxigénio no cérebro, traumatismo, infecções, nascimento prematuro ou icterícia grave neonatal.Não se sabe exactamente, num grande número de casos, como e porquê foi afectada, mas sabe-se que houve uma lesão ou anomalia geralmente antes do nascimento, na altura do parto, ou após este, que é responsável pela deficiência. 
(in «A CRIANÇA COM PARALISIA CEREBRAL», Guia para os Pais e Profissionais de Saúde e Educação. Federação das Associações Portuguesas de Paralisia Cerebral)
Coordenação: António Pedro Santos
Novembro de 2014, Revista Encontrar Sonhos X